segunda-feira, 10 de maio de 2010

4ª semana de Estágio

Aconteceu uma coisa bem intrigante na quarta-feira passada, duas mães vieram questionar o motivo de seus filhos estarem fazendo poucas atividades no caderno durante esta semana. Com muita calma e paciência, depois de contar até dez, expliquei-lhes que estamos confeccionando um presente para o dia das mães. Estamos também construindo novos conceitos de matemática, onde é necessária a manipulação de material concreto juntamente com cálculo mental, por isso houve poucos registros no caderno. Como esta cobrança dos pais ainda me assusta! Em pleno século XXI os pais ainda querem que seus filhos voltem da escola com os cadernos cheios de conteúdos copiados, nem questionam a pertinência da cópia.  Nunca acreditei na cópia praticada de forma repetitiva e desconexa, faço uso dela para que o aluno registre suas idéias e possa consultar em aulas futuras. Entretanto percebo que não somente as famílias, as crianças também querem isso. Quando estamos realizando outras atividades ou estou propondo um diálogo ou explicando algum conteúdo ou jogando, perguntam o tempo todo se não vou escrever no quadro. Muito copiei do quadro quando estava na escola, quase nada daquilo eu realmente aprendi, guardei muito mais as memórias orais, lembro daqueles professores que explicavam gesticulando, como uma performance teatral.  Já decidi, a partir de agora vou colocar no máximo uma atividade de fixação de conteúdos no quadro para que copiem no caderno, somente para agradar a gregos e troianos. Contudo não vou desistir. Quero que meus alunos aprendam a refletir, a argumentar, a entender e contextualizar o que vemos em sala de aula com sua vida cotidiana, com sua realidade, para que isso aconteça é necessário que façam registros escritos daquilo que realmente tenha significado, não apenas copia mecânica!

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